terça-feira, 22 de maio de 2012

Política - Segundo Jorge Hage, contribuinte tem direito de conhecer valores pagos


 

 

Segundo Jorge Hage, contribuinte tem direito de conhecer valores pagos.
Executivo definiu que vai divulgar; Judiciário e Legislativo discutem tema.


O ministro-chefe da Controladoria-Geral da União, Jorge Hage, defendeu nesta sexta-feira (18) a divulgação, em detalhes, dos salários dos servidores do Poder Executivo federal.

Ele questionou as reclamações de que a medida - prevista no decreto publicado na quinta-feira e que regulamenta a Lei de Acesso à Informação - viola a privacidade dos servidores.

"O entendimento da CGU, o entendimento da presidenta Dilma Rousseff, é de que isso não é informação da privacidade da pessoa, não é invasão da privacidade. É informação de interesse público, porque é pago com dinheiro público. Quem é que traz o dinheiro para os cofres públicos? Todos nós que pagamos impostos. Nós somos os seus patrões. Temos direito sim de saber quanto está sendo pago", afirmou após cerimônia de abertura da 1ª Conferência Nacional de sobre Transparência e Controle Social, realizada em Brasília.

O governo publicou um decreto na quinta no qual informa que os salários serão tornados públicos. Agora, os poderes Judiciário e Legislativo também discutem se farão o mesmo.
Quem não se conforma, vai reclamar no Judiciário."

Hage não vê problema na divulgação, por exemplo, dos nomes dos servidores e do detalhamento das remunerações. "Não há restrições quanto à divulgação do nome completo, da remuneração total. O decreto é bastante explícito em relação a isso", afirmou.

Para o ministro, as contestações à norma devem ser feitas na Justiça. "O Judiciário está aí, disponível, aberto para isso. Quem não se conforma, vai reclamar no Judiciário", afirmou.

A forma como será feita a publicação dos dados será definida em portaria do Ministério do Planejamento. Ainda não há data para a publicação da regra, mas, segundo o ministro, isso deverá ocorrer nas próximas semanas.

De acordo com Hage, somente os funcionários de empresas estatais que atuem em regimes de concorrência - a Caixa Econômica Federal, por exemplo - não estarão na abrangência da portaria do ministério. Nesses casos, valem as regras em vigor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), mesmo que sejam empresas estatais sem capital aberto.

Hage preferiu não comentar a possibilidade já apontada por outros poderes de não divulgarem os salários dos servidores. Segundo ele, a lei prevê a autonomia na regulamentação.

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