Eurogrupo põe Grécia contra a parede nesta 2ª feira
Em
Bruxelas, ministros das Finanças da zona do euro darão o seguinte ultimato a
Atenas: ou cumpre reformas ou sai da união monetária
A
Eurozona dará um ultimato à Grécia na reunião de ministros das Finanças
(Eurogrupo) desta segunda-feira e pedirá ao país para que confirme o
cumprimento de seu programa de ajustes ou aceite sua saída da União Monetária
(UE).
Ainda
nesta segunda-feira, mais cedo, o governo alemão exortou Atenas a cumprir os
compromissos assumidos em sua agenda de reformas e nos prazos previstos,
declarou um porta-voz do ministério das Finanças do país. "É o único
caminho e o mais justo para a recuperação da Grécia", disse à imprensa.
"Este programa é valido inclusive depois das eleições", acrescentou.
O pleito do final do início deste mês levou a um caos político no país, já que,
mesmo depois de uma semana, os partidos não foram capazes de formar um governo
de coalizão.
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Avanço
duvidoso – O encontro de ministros acontece em um momento no qual diminuem
as esperanças de avanço nas negociações entre os líderes dos principais
partidos gregos para tentar alcançar um acordo de governo, aumentando assim a
possibilidade da convocação de novas eleições em junho.
Nesta
segunda, o líder do Dimar, um pequeno partido de esquerda grego, Fotis Kuvelis,
pró-europeu, disse que formar um novo governo de unidade na Grécia será
impossível. "Não poderá surgir nenhum governo de união", disse
Kuvelis, ao comentar a firme rejeição do partido da esquerda radical Syriza a
participar de uma coalizão com social-democratas e conservadores – em
referência ao Pasok e à Nova Democracia (ND), que acordaram os planos de
austeridade com a União Europeia (UE).
Posição
da CE – "Vemos o futuro da Grécia no euro e queremos que a Grécia permaneça
no euro", afirmou a porta-voz da Comissão Europeia,
Pia Ahrenkilde, antes do início da reunião dos 17 ministros de Economia e
Finanças do Eurogrupo. Pia, no entanto, também reforçou a advertência recente
do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso: "Se um membro do
clube não respeita as regras, o melhor é que saia do clube".
A
Espanha, apesar de estar também no foco das preocupações europeias, disse à
Grécia que "a permanência no euro implica em uma série de
obrigações", conforme declarou o chanceler espanhol, José Manuel
García-Margallo em sua chegada à reunião com seus sócios europeus em Bruxelas,
em um encontro prévio à reunião de ministros das Finanças.
"O
melhor que a Grécia poderia fazer por sua própria sobrevivência e pela
sobrevivência da união monetária é formar um governo o quanto antes e confirmar
o cumprimento das medidas de rigor necessárias para que o país continue
recebendo ajuda", disse o chanceler espanhol, cujo país também está
sujeito a duras medidas de ajuste acordadas com Bruxelas.
Madri na
berlinda – A Espanha, por sua vez, também terá de dar explicações sobre sua
reforma bancária e sobre a nacionalização parcial do Bankia – a maior união de
caixa de poupança e o quarto maior banco do país. A nova reforma para sanear o
setor, que obrigará as instituições financeiras a provisionar 30 bilhões de
euros a mais em 2012, soma-se a medidas anteriores, introduzidas em fevereiro,
que já impuseram 53,8 bilhões de euros em provisões aos bancos. As entidades
bancárias espanholas carregam cerca de 184 bilhões de euros (238 bilhões de
dólares) em ativos imobiliários de valor duvidoso, que representam 60% de sua
carteira.
Essa
preocupação reflete-se nos mercados, os quais se perguntam sobre a saúde da
economia espanhola, em meio a uma série de dados ruins. Uma análise recente da
Comissão Europeia estimou que a Espanha descumprirá não só sua meta de déficit
de 5,3% para este ano, mas também a de 3% para 2013. Essas estimativas foram um
balde de água fria para o governo conservador de Mariano Rajoy, que empreendeu
medidas de austeridade para economizar 30 bilhões de euros, conforme acordado
com seus sócios europeus.
Bruxelas
decidirá em 30 de maio se estabelecerá mais medidas de ajuste a Madri, ou se,
em vez disso, estenderá até 2014 o prazo exigido para cumprir com a meta de
déficit de 3%. Contudo, dizem os analistas, é difícil imaginar mais medidas de
austeridade em um país onde a própria CE prevê uma queda do PIB de 1,8% para
este ano e um recuo de 0,3% para 2013, com o desemprego atingindo 25,1% da
população economicamente ativa.
REFERENCIAS
http://veja.abril.com.br/noticia/economia/eurogrupo-poe-grecia-contra-a-parede-nesta-2a-feira
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