‘Cabeça dinossauro’, dos
Titãs, volta às lojas com canção inédita e acompanhado de disco demo
RIO - Tony Bellotto errou duas vezes em relação a "Cabeça dinossauro". Uma em 1986, no lançamento do terceiro álbum dos Titãs, outra em 2012, quando a turnê para revisitar o repertório começou a ser debatida. Ele não imaginava que aquele trabalho conquistaria disco de ouro, milhares de fãs fiéis pelo Brasil e, muito menos, que voltaria a ser febre neste ano.
- Sempre
gostei muito do disco, mas não acreditava no sucesso comercial, porque eram
canções muito radicais e conceituais. Mas foi emblemático e o principal
responsável por alavancar nossa carreira. E quando começamos a divulgar a turnê
para revisitar o álbum, levei outro susto, porque virou uma febre, com ingressos
esgotados - diz o guitarrista, presente na banda desde a formação original em
1982, ao GLOBO, lembrando que dia 9 de junho haverá repeteco do show que lotou
o Circo Voador em maio. - Foi uma surpresa de novo. E pude confirmar que não
entendo nada de marketing, lançamentos e logística comercial (risos).
E o
fenômeno será relançado no dia 28 de maio pelo iTunes (por US$ 12,99, cerca de
R$ 27) e chega às lojas dia 1º de junho, na forma de CD duplo (Warner), com o
original e a demo apresentada para a gravadora, antes ainda da parceria com o
produtor Liminha. O detalhe é a presença de uma faixa inédita "Vai pra
rua", que foi dispensada na época e deu lugar a "Porrada".
O
primeiro show dos Titãs foi dia 15 de outubro de 1982. No lançamento do
"Cabeça dinossauro", quatro anos depois, a banda contava com sua
formação mais clássica Sérgio Britto, Paulo Miklos, Tony Bellotto, Branco
Mello, Charles Gavin, Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Nando Reis. Hoje
permanecem apenas os quatro primeiros, com a saída de Arnaldo Antunes, Nando
Reis (que partiram para carreira solo), Charles Gavin, que toca diversos
projetos culturais, e Fromer, que morreu em 2001. A data sugere um reencontro?
- Dentro
da comemoração pelos 30 anos, que inclui a turnê do "Cabeça", vamos
fazer uma reunião com a formação antiga. Arnaldo (Antunes) e Charles (Gavin) já
toparam. O Nando (Reis) ainda não confirmou. Mas vai ser só uma participação
por um tempo determinado. Não existe nenhuma chance de a reunião ser definitiva
- explica Bellotto, dando a deixa para o futuro: - Existe um projeto de
relançarmos o "Jesus não tem dentes no país dos banguelas" (1987) e o
"Acústico MTV" (1997), mas sempre com um material inédito, bastidores
de ensaio...
Para
Bellotto, além de reviver uma das melhores fases da carreira, essa turnê tem
ainda um sentimento de nostalgia.
- Tenho
lembrado muito daquela época. Já tínhamos quatro anos de carreira, era nosso
terceiro disco e foi quando os shows passaram a lotar e as pessoas começaram a
dizer que eram fãs. Durante os ensaios, eu percebi que o disco é realmente
primoroso. É emocionante.
Além de
ser ídolo de gerações, ele também é fã de música e tem o desejo de ver outros
discos relançados com suas respectivas apresentações pelo país.
- No
Brasil, eu gostaria de ver uma turnê do disco "Novos Baianos Futebol
Clube" (dos Novos Baianos, de 1973). De internacional, seria incrível o
relançamento do "Led Zepellin IV".
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