Construtora Delta também teve sigilo
bancário e fiscal quebrado.
Advogado de Cachoeira considerou decisão 'descabida'.
Advogado de Cachoeira considerou decisão 'descabida'.
A 5ª Vara do Tribunal de Justiça do Distrito
Federal bloqueou os bens do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos
Cachoeira, do ex-diretor da construtora Delta Claudio Abreu e de outras seis
pessoas denunciadas por formação de quadrilha e tráfico de influência. Todos foram acusados de tentar fraudar licitação
no DF. A Justiça também autorizou a quebra dos sigilos bancários e fiscal dos
oito envolvidos e da Delta.
O advogado de Cachoeira considerou a decisão "descabida" - leia mais abaixo. O G1 não conseguiu ouvir a Delta até a última atualização desta reportagem.
Na investigação do DF, o grupo ligado a Cachoeira foi acusado de tentar fraudar a licitação da bilhetagem eletrônica no transporte público do Distrito Federal. O ex-diretor da Delta Cláudio Abreu foi preso. Ele estava afastado do cargo na construtora desde a revelação de ligação com Cachoeira.A decisão judicial ocorre em processo judicial decorrente da Operação Saint-Michel, deflagrada em 25 de abril pelo Ministério Público e pela Polícia Civil do Distrito Federal. A operação foi um desdobramento da Operação Monte Carlo, na qual Cachoeira foi preso no fim de fevereiro e acusado de exploração de jogo ilegal.
A quebra de sigilo determinada pela Justiça do Distrito Federal abrange dados das contas correntes e declarações de Imposto de Renda dos investigados a partir de janeiro de 2009 até os dias atuais. No caso da Delta, a determinação de quebra de sigilo abrange contas da empresa em todo o país.
Decisão 'descabida', diz advogado
O advogado de Cachoeira, Márcio Thomaz Bastos, considerou a decisão da Justiça como "descabida". "É uma decisão absolutamente descabida e ilegal. Eu tenho até dúvidas com relação à competência judicial [...] Não achei justa a decisão", afirmou o advogado ao G1.
Após a Operação Monte Carlo, o Ministério Público
Federal enviou dados ao MP do DF para que fossem apurados os possíveis crimes
em esfera local. Thomaz Bastos disse que, na segunda-feira
(14), irá estudar com mais detalhes a decisão. O advogado afirmou que aguarda
ainda para terça-feira o julgamento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) a
respeito do pedido de revogação da prisão preventiva de Cachoeira.
Depoimento
Carlinhos Cachoeira
é esperado na terça-feira (15) para prestar depoimento à CPI criada no
Congresso para investigar as relações do bicheiro com empresários e políticos.
Na sexta-feira, Thomaz Bastos entrou com um pedido no Supremo para adiar o
depoimento. A decisão está nas mãos do ministro Celso de Mello.
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