MEC
destaca redação que chama Venezuela de ditadura
Governo publica guia com instruções para a redação do Enem. Texto bem
avaliado pelo MEC erra grafia do presidente Hugo Chávez
Uma das
redações destacadas pelo Ministério da Educação (MEC) como exemplo para o Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem) chama a Venezuela de "ditadura" e
erra a grafia do presidente daquele país. O texto faz parte de um guia do participante,
com instruções sobre a redação da prova, lançado na segunda-feira. Com
tiragem inicial de 1.700.000 de cópias, que serão distribuidas a escolas
públicas, o manual também está disponível no site do Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
A redação do Enem se propõe a
avaliar cinco competências nos estudantes, sendo a primeira delas
o domínio da norma culta da língua escrita. Contudo, logo no primeiro
exemplo, o manual destaca o texto "O fim do Grande Irmão", feito por
uma estudante do Rio de Janeiro. Ao comentar o uso indiscriminado das redes
sociais, a aluna diz que perfis em redes como Facebook e Twitter servem como
"ferramenta política e social para aumentar a credibilidade de
determinadas personalidades, como ocorre com Hugo Chaves em sua ditadura na
Venezuela". O certo é Hugo Chávez.
O guia
exalta a redação da aluna: "a participante demonstra ter compreendido
a proposta e desenvolvido o tema dentro dos limites estruturais do texto
dissertativo-argumentativo". O presidente do Inep, Luiz Cláudio
Costa, afirmou que a estudante usou "a norma culta com perfeição" e
aportuguesou o nome do presidente venezuelano. "A comissão entendeu que
isso não dá para penalizar. Não é um erro que cause dano ao conhecimento da
estudante", afirmou.
Questionado se não causava constrangimentos ao governo destacar uma redação que chama de ditadura a Venezuela, Costa respondeu: "A redação não é avaliada pela sua ideologia. O Brasil é uma democracia que respeita a liberdade de expressão, respeitamos a posição política de cada estudante, independentemente de concordamos ou não".
Em 2011, diversos alunos solicitaram à Justiça acesso à redação por julgarem que foram prejudicados durante a correção. Por conta disso, a partir deste ano, um acordo firmado com o Ministério Público Federal (MPF) permitirá que os estudantes vejam aos textos corrigidos. Aloizio Mercadante, ministro da educação, afirmou que o acordo será cumprido: "O que estamos discutindo são os procedimentos de segurança para que os alunos tenham acesso. É um direito individual e isso tem de ser preservado."
Questionado se não causava constrangimentos ao governo destacar uma redação que chama de ditadura a Venezuela, Costa respondeu: "A redação não é avaliada pela sua ideologia. O Brasil é uma democracia que respeita a liberdade de expressão, respeitamos a posição política de cada estudante, independentemente de concordamos ou não".
Em 2011, diversos alunos solicitaram à Justiça acesso à redação por julgarem que foram prejudicados durante a correção. Por conta disso, a partir deste ano, um acordo firmado com o Ministério Público Federal (MPF) permitirá que os estudantes vejam aos textos corrigidos. Aloizio Mercadante, ministro da educação, afirmou que o acordo será cumprido: "O que estamos discutindo são os procedimentos de segurança para que os alunos tenham acesso. É um direito individual e isso tem de ser preservado."
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