segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Política - Islâmicos comunicam que não querem o poder no Egito

Islâmicos comunicam que não querem o poder no Egito
Irmandade Muçulmana não irá concorrer à Presidência e não buscará maioria no Parlamento
Do R7, com agências internacionais

A Irmandade Muçulmana do Egito, partido islâmico fundado em 1929 e visto com suspeita pelos Estados Unidos, disse neste sábado (12) que não busca o poder e elogiou os esforços dos novos líderes militares para transferir o poder aos civis.


"A Irmandade Muçulmana não está buscando ganhos pessoais, então anuncia que não irá concorrer à Presidência e não buscará uma maioria no Parlamento, e que se considera servidora desse povo decente", disse a organização, acrescentando que não eram "perseguidores de poder".


O partido disse também que apoia “os valores e a direção sólida que o conselho militar está assumindo” nesta transferência do poder, para criar um governo civil segundo a vontade do povo.


O Conselho Supremo das Forças Armadas do Egito se comprometeu hoje a "transferir pacificamente o poder, no marco de um sistema democrático, a uma autoridade civil".


Nesta sexta-feira (11), Hosni Mubarak deixou a Presidência depois de 18 dias de protestos intensos em todo o país. O marechal Mohamed Hussein Tantawi, de 79 anos, é quem vai comandar o processo de transição política após a renúncia de Mubarak.

Tantawi é o atual ministro da Defesa e chefe do Conselho Supremo das Forças Armadas, a quem Mubarak encarregou “de dirigir as questões de Estado”, no discurso de renúncia lido pelo vice-presidente, Omar Suleiman.


O porta-voz do Conselho Supremo das Forças Armadas também prometeu que o Egito vai honrar "todos os tratados regionais e internacionais" assinados anteriormente, no que pode ser uma indicação de que o país continuará a reconhecer o Estado de Israel como legítimo.

Além de ser o guardião do Canal de Suez, por onde passa boa parte do comércio internacional, o Egito, assim como a Jordânia, é o único país da região a reconhecer o Estado de Israel.


Manifestantes criam conselho para defender revolução


Alguns organizadores dos protestos que derrubaram o ex-presidente Mubarak disseram que estavam formando um conselho para defender a revolução e negociar com o conselho militar que atualmente comanda o país.


Segundo o acadêmico Khaled Abdel Qader Ouda, o objetivo é manter o “diálogo com o conselho militar e levar a revolução adiante”.


- O conselho terá a autoridade para convocar protestos ou suspendê-los, dependendo de como a situação se desenvolver.


O conselho terá cerca de 20 membros, incluindo organizadores de protestos, indivíduos proeminentes e líderes de todo o espectro político, disse.


Ouda disse que o conselho convocaria uma manifestação na próxima sexta-feira para comemorar o sucesso da revolução.


Ministro das Informações está em prisão domiciliar


Neste sábado, o ministro das Informações do Egito, Anas El-Fekky, foi colocado em prisão domiciliar, disseram fontes militares.


As fontes não deram o motivo para a detenção. Fekky era próximo do presidente deposto.


No começo do dia, uma fonte da área de segurança no aeroporto do Cairo disse que algumas autoridades foram proibidas de deixar o país sem a permissão do promotor público e das forças armadas.


País tenta retomar rotina

No dia seguinte à renúncia do presidente Mubarak, a vida na capital egípcia, Cairo, começa a voltar ao normal, enquanto o futuro político do país passa a ser discutido, depois de quase 20 dias de protestos e violência.


Na praça Tahrir, ponto principal de concentração dos protestos iniciados em 25 de janeiro, centenas de pessoas continuavam acampadas. Milhares de manifestantes passaram a noite no local, comemorando a saída do presidente.

O Exército egípcio começou neste sábado a retirar as barricadas dos acessos à praça, removendo carros queimados que serviam de barreiras. As Forças Armadas mantêm tanques e veículos blindados nas ruas, principalmente em frente aos prédios do governo e de outras instalações importantes.


Fonte: http://noticias.r7.com/internacional/noticias/islamitas-comunicam-que-nao-querem-o-poder-no-egito-20110212.html

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