terça-feira, 4 de agosto de 2009

Esportes - César Cielo

Com fome de ouro, César Cielo brilha e quebra o recorde mundial nos 100m livre

Dois dias antes de disputar sua prova favorita, brasileiro dá show no Foro Itálico e garante ao país a primeira vitória em Mundiais desde 1982.

César Cielo tem pressa. Para alguém tão acostumado à velocidade, a final dos 50m livre no sábado ainda parece um futuro distante. E se a prova favorita demorava a chegar, Cielo resolveu descontar a pressa nos 100m. Azar dos concorrentes. Em 46s91, o brasileiro foi e voltou na piscina do Foro Itálico para bater o recorde mundial da prova e garantir o primeiro ouro do país no Mundial de Esportes Aquáticos, em Roma.

Na cerimônia de premiação, Cielo subiu no palanque branco com um largo sorriso no rosto. Abraçou os franceses Alain Bernard e Frederick Bousquet, que completavam o pódio, e recebeu sua histórica medalha de ouro. Cantou o Hino Nacional até a metade, e a partir dali se dedicou à missão de segurar o choro. Foi por pouco tempo. Quando a primeira lágrima caiu, as arquibancadas explodiram em aplausos para o maior nadador brasileiro de todos os tempos.

Lá se iam 27 anos desde que o país conquistou seu último – e até então único – ouro em Mundiais. Foi com Ricardo Prado, em 1982, no Equador. Aos 17 anos, ele nadou os 400m medley em 4m19s78 e bateu o recorde mundial. Cielo, no entanto, é o primeiro brasileiro a ser campeão mundial e olímpico.

Favorito para vencer a prova, Alain Bernard conquistou a prata com 47s12, e o bronze ficou com Frederick Bousquet em (47s25). Cielo virou os primeiros 50m em segundo lugar (22s17), atrás de Bousquet (22s14), que perdeu duas posições na segunda metade da disputa. Cielo apertou o ritmo nos últimos metros e, por 21 centésimos, garantiu o ouro e o recorde mundial. A marca anterior era do australiano Eamon Sullivan, com 47s05. O brasileiro Nicolas Oliveira também disputou a final, mas terminou em oitavo, com 48s01.

Cielo passa a ser o primeiro nadador da história a nadar a prova abaixo dos 47 segundos. Alain Bernard também tinha conseguido o feito, mas seu recorde não foi homologado pela Federação Internacional de Natação, já que o maiô não estava aprovado.

Assim que bateu em primeiro, Cielo arrancou a touca e vibrou muito olhando para as arquibancadas. Com o peito todo vermelho, fruto dos tradicionais tapas antes da prova, o brasileiro deixou a piscina exausto, com as pernas doendo, mas com a certeza do dever cumprido. Exausto, ele festejou o feito.

- É sensacional. São dois anos na minha carreira para entrar para a história. Cresci assistindo ao Gustavo Borges nadando essa prova, não tem nada igual. É um sonho sendo realizado. Estou doendo muito agora, minha perna dói, está difícil até de pensar. Valeu a pena. Deu certo de novo. Agora é comemorar com a maior alegria que eu poderia ter - afirmou Cielo, com a fala ofegante e o sorriso aberto.

Até Phelps se rende ao brasileiro

Logo após a prova, o americano Michael Phelps, que abriu mão da disputa, dava entrevista a uma rede de TV dos Estados Unidos. Questionado sobre a decisão de não nadar os 100m livre, ele afirmou.
- Acabei de ver o César Cielo nadar e tive uma certeza: eu não ganharia esta prova de jeito nenhum.

A esta altura, nem o fenômeno da natação mundial tem dúvidas sobre quem é o melhor do planeta em provas rápidas.



LINK DA NOTÍCIA:
http://globoesporte.globo.com/Esportes/Noticias/Esportes_Aquaticos/0,,MUL1248888-16315,00.html

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