sábado, 29 de janeiro de 2011

Meio ambiente - As dez florestas mais ameaçadas do mundo

As dez florestas mais ameaçadas do mundo
Por Isis Nóbile Diniz, da Redação Yahoo! Brasil

A ONU anunciou nesta segunda-feira (24) 2011 como o Ano Internacional das Florestas. O objetivo das Nações Unidas é, claro, chamar a atenção para a preservação ambiental, mas também incentivar a reflexão sobre o uso das florestas e a relação que o homem estabelece com as matas. Mas quais são as florestas do mundo que merecem mais vigilância, que correm maior risco de desaparecer dos mapas captados por satélites?


São elas as florestas em risco crítico: Bacia do Mediterrâneo, Sul da Europa, Norte da África, Oeste da Ásia (a mais ameaçada, com 5% da sua cobertura original preservada); Indo-Birmânia (nos países asiáticos Mianmar, Cambodia, Laos, Tailândia e Vietnã, com 5% da vegetação natural); Nova Zelândia (também 5%); Sunda (Indonésia, Malásia, e Brunei, com 7%); Filipinas (7%); Mata Atlântica (no Brasil, com 8%); Montanhas do Centro-Sul da China (8%); Província Florística da Califórnia, nos Estados Unidos (10%); Florestas de Afromontane (em Moçambique, Tanzânia, Quênia e Somália, com 10%); Madagascar e Ilhas do Oceano Índico (Madagastar, Seichelles, Ilhas Maurício, União das Comores e Reunião, 10%).


A lista, que considera a maior perda proporcional do habitat natural de cada floresta, é da organização não-governamental Conservação Internacional (CI). Dessas áreas, já foram devastadas 90% ou mais da vegetação original. Por isso, elas são consideradas "hotspots" - os locais mais ricos em biodiversidade e, ao mesmo tempo, mais ameaçados do mundo.


Atualmente, a CI considera que existem 35 "hotspots" em todo o planeta. As dez áreas citadas encabeçam o ranking da degradação mundial. Cada floresta da lista abriga ao menos 1.500 espécies de plantas endêmicas. Com a perda das florestas, essas espécies desaparecerão. Segundo a CI, a Mata Atlântica, por exemplo, possui 8 mil plantas, 323 anfíbios e 48 mamíferos endêmicos.


Origem do desmatamento
Segundo Matt Foster, diretor da Divisão de Ciência e Conhecimento da CI, a maior ameaça das florestas é o uso da terra para a agricultura, industrialização e urbanização. Estevão Braga, engenheiro florestal da ONG WWF-Brasil, explica que, no Brasil, o processo de desmatamento é lento. "Desmatar é muito caro. Então, a retirada de madeira - além de financiar o desmatamento do local - é uma maneira de começar a transformar a área em pastagem que depois servirá à agricultura", conta o engenheiro.


Um problema que escapa aos satélites é que o desmatamento no Brasil é feito em pequena escala, em áreas próximas, até elas se unirem. "Muitas vezes, o gado é colocado embaixo de árvores altas para despistar os satélites que acabam, assim, registrando um certo nível de cobertura vegetal", revela Braga. Segundo o engenheiro, hoje no Acre (onde está localizada a Amazônia), há três vezes mais gados do que pessoas.


Salvar para todos viverem
Foster conta que é importante proteger as florestas porque elas proporcionam inúmeros benefícios, inclusive, econômicos. "Muitas delas ajudam a evitar a erosão e aumentam a absorção de água da chuva, o que é fundamental na manutenção das águas subterrâneas de uso doméstico", afirma. "O desmatamento também tende a aumentar o depósito de sedimentos em água doce de córregos e de rios, fazendo com que as populações de peixes diminuam. Além disso, a maioria dos benefícios econômicos resultantes do desmatamento é ganho de curto prazo (como, por exemplo, a venda de madeira). A longo prazo, essas terras podem ser tornar improdutivas", explica o ambientalista.


Além disso, a preservação dessas áreas ajudam a atenuar os efeitos das mudanças climáticas. "Elas absorvem o dióxido de carbono da atmosfera, sendo grandes depósitos de carbono", explica. Desse modo, quando desmatadas, liberam quantidades enormes de dióxido de carbono na atmosfera aumentando o efeito do aquecimento global.


Os entrevistados acreditam que é possível preservar as florestas como, por exemplo, compensando financeiramento os "guardiões das florestas" como os índios e populações que dependem diretamente dela e incentivando o pequeno produtor a recuperar sua área. "Além disso, as pessoas devem saber o que estão consumindo. A carne que está embalada é proveniente de algum lugar - no Acre, região da Amazônia, por exemplo, há três vezes mais gado do que pessoas. Qualquer consumo impacta o meio ambiente", alerta Braga.


Há o lado positivo na história. O engenheiro disse que basta parar de desmatar e degradar para que a floresta, como a Mata Atlântica, sozinha possa aumentar aos poucos. "A tendência das florestas é de se recuperar, mas, para isso, é necessário uma política de combate ao desmatamento", afirma Braga.


Ano Internacional das Florestas
O lançamento do Ano Internacional das Florestas acontece em em Nova York, nos Estados Unidos, com eventos como palestras até o dia 4 de fevereiro. O Brasil prevê organizar um congresso internacional sobre as cidades e as florestas em Manaus, mas não há uma data definida.

Fonte: http://br.noticias.yahoo.com/s/24012011/48/manchetes-dez-florestas-ameacadas-mundo.html

Um comentário:

  1. Gabriela Neves Costa Leão8 de fevereiro de 2011 às 18:41

    Texto muito interessante e importante, pois mostram a realidade e concientizam as pessoas. Esse é um tema que vem sendo debatido por muitas pessoas, além de ser um tema que preocupa muito. Infelizmente, as matas vem sendo desmatadas para fins pouco lucrativos, como agricultura, pecuária, entre outros. E como já foi citado no texto, o desmatamento traz muitas desvantagens, já que as árvores colaboram pra inúmeras coisas,entre elas, diminuição do gás causador do aquecimento global, o dióxido de carbono. Sem contar que as matas também trazem benefícios econômicos. Segundo o BBC,entre os anos de 2000 e 2005 o Brasil estava em 1° lugar em devastação de florestas. E a Rússia era o país com mais áreas florestais, cerca de 809 milhões de hectares. (http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2005/11/051114_deforestationfn.shtml)
    O que temos que fazer agora é preservar o meio ambiente, já que as florestas têm a capacidade de se recuperar, basta apenas uma política de combate ao desmatamento. E eu acho que 2011, o ano das floretas, irá contribuir bastante para a diminuição do desmatamento, pois palestras formam opiniões que com certeza serão positivas.

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