sábado, 1 de maio de 2010

Economia - Juros devem subir

Juros devem subir em abril para consumidores e empresas, diz BC

EDUARDO RODRIGUES
da Sucursal de Brasília

Para o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, o aumento da média de juros para as empresas em março ocorreu porque o nível mais elevado da atividade produtiva acarreta um crescimento nas concessões de crédito em modalidades mais caras, como o desconto de duplicatas e capital de giro.

"Já para o mês de abril, os dados mostram elevação também por força de movimentos na curva de juros, ou seja, no custo de captação", afirmou, referindo-se às perspectivas de aumento nos juros básicos da economia, confirmada ontem pela elevação em 0,75 p.p. da taxa Selic.

Já no crédito para o consumidor, a queda na média das taxas em março ocorreu devido ao crescimento das concessões em modalidades mais baratas, como financiamento de veículos e crédito habitacional.

"Após retração na crise, o crédito às famílias volta a crescer com juros menores, prazos mais longos e menos inadimplência", disse Lopes.

Contudo, o aumento da taxa Selic, que serve de referência para os bancos na captação de recursos, pode contrabalançar o efeito positivo que a redução da inadimplência causa nos custos repassados para os tomadores finais.

Até o dia 15 deste mês, a média as taxas praticadas no crédito à pessoa física aumentou 1,2 p.p. para 42,2%. Para as empresas, o aumento até então foi de 0,4 p.p. para 26,7%.

Mínima
O BC informou ainda hoje que os juros de empréstimos para pessoa física caíram mais uma vez no mês passado, atingindo 41% ao ano. Em fevereiro, o valor havia sido 41,9%, que já era o menor nível da série histórica do Banco Central, iniciada em 1994.

Em março de 2009, quando a crise financeira ainda impactava a economia brasileira, a taxa média era de 55%, de acordo com os dados divulgados nesta quinta-feira pela autoridade monetária.

No entanto, para linhas destinadas a pessoas jurídicas, houve aumento. Em março, a taxa média foi de 26,3%., contra 25,9% em fevereiro. No mesmo mês do ano passado, os juros médios no segmento estavam em 28,9%.

Na média, a taxa de juros cobrada no país em março foi de 34,2% ao ano, contra 34,3% em fevereiro. Em março de 2009, estava em 39,2%.

O "spread" bancário médio --diferença entre o que os bancos pagam para captar o dinheiro e os juros cobrados de seus clientes-- também caiu, para 29 pontos percentuais, contra 29,7 p.p. em fevereiro. Em março de 2009, estava em 37,1 p.p.

Inadimplência
A inadimplência no pagamento de empréstimos por pessoas físicas caiu em março para 7%, contra 7,3% no mês anterior, segundo dados do Banco Central. É o menor patamar em dois anos, desde março de 2008 (6,85%).

Volume
O volume de operações de crédito atingiu R$ 1,452 trilhão em março, alta de 1,1% no mês e 16,8% em 12 meses, segundo o Banco Central.

"O ritmo de crescimento das operações de crédito do sistema financeiro registrou aceleração em março, distribuída de forma equilibrada entre as carteiras referenciadas em recursos livres e direcionados", informou a autoridade monetária.

Segundo o BC, os empréstimos com recursos livres foram "impulsionados pelo maior dinamismo do consumo das famílias, refletido na evolução favorável do crédito pessoal e, particularmente, dos financiamentos para aquisição de veículos".

O volume representa 45% do PIB (Produto Interno Bruto) --mesmo patamar de fevereiro--, ante 41% em março de 2009. De acordo com o relatório, a participação relativa dos bancos públicos atingiu 41,5% da carteira total do sistema, somando R$ 603 bilhões em março. As fatias das instituições privadas nacionais e estrangeiras ficaram em 40,7% e em 17,8%, respectivamente.

Em relação ao crédito tomado por empresas, a inadimplência recuou de 3,7% para 3,6%. São considerados inadimplentes os empréstimos com atraso superior a 90 dias.

fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u727781.shtml

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