sábado, 29 de outubro de 2011

Esportes - Ex-presidente de CPI sobre CBF, Aldo assume Esporte

Ex-presidente de CPI sobre CBF, Aldo assume Esporte

SÃO PAULO (Reuters) - O deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), escolhido nesta quinta-feira para substituir Orlando Silva no comando do Ministério do Esporte, assume a pasta com a experiência de quem presidiu uma Comissão Parlamentar de Inquérito que investigou a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) entre 2000 e 2001.

No novo posto, o palmeirense Aldo Rebelo terá de negociar junto à Fifa e ao Comitê Organizador Local da Copa, comandado pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira, detalhes do Mundial de 2014, que será realizado no Brasil, como a Lei Geral da Copa, que tramita em comissão especial da Câmara.

A legislação, que dispõe sobre normas referentes ao Mundial, como preço de ingressos e proteção às marcas de patrocinadores, é alvo de uma queda de braço entre o governo e a Fifa, que quer a suspensão durante o torneio de leis que garantem meia entrada a estudantes e proíbem a venda de bebidas alcoólicas em estádios.
 
Teixeira, que foi investigado pela CPI da CBF/Nike, presidida por Aldo entre 2000 e 2001, não tem com a presidente Dilma Rousseff o mesmo grau de diálogo que tinha com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A CPI, destinada a investigar suspeitas de irregularidades em contrato firmado entre a CBF e a fornecedora de material esportivo norte-americana Nike, acabou em junho de 2001 sem a votação de um relatório final, em função do trabalho desenvolvido por parlamentares ligados a dirigentes do futebol, a chamada "bancada da bola".

Polêmica no Código Florestal Ex-presidente da Câmara e ministro da Coordenação Política --equivalente à atual Secretaria de Relações Institucionais-- de Lula, Aldo sempre teve a imagem de alguém disposto ao diálogo. Foi assim, por exemplo, em 2005, quando assumiu a presidência da Câmara dos Deputados na esteira do escândalo que levou à renúncia do então presidente da Casa, Severino Cavalcanti.

Na época, Rebelo foi eleito com apoio da base governista, apesar de seu partido, o PCdoB, ter uma bancada pequena na Casa.

"Aldo é um nome de consenso para tudo. Só não é para presidente do WWF", disse um colega de partido quando o nome do deputado ainda era ventilado como provável novo ministro.

O colega de Aldo no PCdoB se referia à organização de defesa do meio ambiente WWF e ironizava o fato de o deputado ter desagradado ambientalistas com seu relatório sobre a reforma do Código Florestal na tramitação na Câmara. O texto desagradou a própria presidente Dilma Rousseff.

Na visão de ambientalistas, como a ex-senadora Marina Silva, Aldo elaborou um texto excessivamente favorável aos interesses de ruralistas. O deputado rebateu ferozmente as críticas e chegou a bater boca no plenário da Casa durante a apreciação do projeto.

A inimizade com os ambientalistas ficou clara mesmo após do Novo Código Florestal ter sido aprovado na Câmara. Membros de entidades de defesa do meio ambiente que participavam de uma audiência no Senado no mês passado comemoraram a escolha da deputada Ana Arraes (PSB-PE) para uma vaga no Tribunal de Contas da União, pelo simples fato de que Aldo, um dos concorrentes, pretendia o posto e foi derrotado.

Alagoano de 55 anos, Aldo, assim como várias das lideranças do PCdoB, militou no movimento estudantil. Foi presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e um dos criadores da União da Juventude Socialista, braço da sigla no movimento estudantil.

Eleito deputado pela primeira vez em 1990, Aldo também ficou conhecido pela autoria de projetos polêmicos como legislador, como o que combate o uso de estrangeirismos na língua portuguesa, ainda em tramitação no Congresso, e o que prevê a adição de farinha de mandioca na farinha de trigo, vetado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

(Reportagem adicional de Maria Carolina Marcello)

sábado, 22 de outubro de 2011

Educação - Paródias de músicas ajudam alunos a estudar para o Enem e o vestibular


 
Paródias de músicas ajudam alunos a estudar para o Enem e o vestibular

Banda paranaense grava CD de 'rock educativo' para ensinar português.
Músicas de Luiz Gonzaga, Kid Abelha e Daniel ganharam versão educativa.

Ana Carolina Moreno Do G1, em São Paulo 

"Advérbio é a palavra invariável que modifica o verbo, o adjetivo ou outro advérbio. Modificando o verbo fica assim: o garoto vai cantar, o garoto vai cantar bem." O que parece uma aula normal de português na verdade é a letra da música "Advérbio", composta pela banda Sujeito Simples, que desde 2007 tenta difundir no Brasil um novo estilo musical: o rock educativo.

Muitos estudantes costumarm usar músicas para reforçar o estudo para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e as provas do vestibular. O líder do Sujeito Simples, o publicitário Marcelo Darcini, de 35 anos, diz que a ideia inicial era publicar uma revista com rimas para ajudar as pessoas a estudarem, mas acabou se rendendo à música. "Fui fazer um concurso, comecei a fazer músicas estudando para memorizar melhor, vi que dava resultado e comecei a fazer mais músicas”, explica.

Hoje, a banda tem um CD com músicas relativas a elementos da Língua Portuguesa vendido a R$ 20 pela internet, e prepara um novo álbum para o fim do ano. O valor da renda serve para cobrir os gastos com a gravação do disco e a produção da revista com cifras das músicas. “Quem está comprando mais o material é o professor, mas tem alunos que levaram a revista para tocar as músicas na classe.”

Outro recurso musical usado por vários professores e alunos de todo o país são as paródias de músicas famosas, que ganham versões acadêmicas para ajudar a assimilar o conteúdo da sala de aula. No Instituto Henfil, em São Paulo, o que era uma pacata aula de gramática pré-vestibular, por exemplo, acabou virando um show.

Ao tentar manter a atenção dos estudantes, o professor Maurício Araújo, de 28 anos, decidiu criar paródias de canções conhecidas usando as regras gramaticais. Chegou a ser tão bem sucedido que já conseguiu fazer 300 alunos cantarem sobre as características do sujeito ao som da música “Estoy enamorado”, da dupla argentina Donato e Estéfano, que teve versão em português interpretada pelo cantor Daniel.

"Quando se trabalha com gramática normativa é muito fácil perder a atenção do aluno”, explica Maurício, que, além do “Sertanejo do sujeito” – seu hit mais recente –, criou músicas sobre crase, regência verbal e o polêmico “Rap dos pronome”.

Paródias
A música como auxílio ao aprendizado também é usada professores de ciências biológicas e exatas. Bruno Zeitone, de 28 anos, aplica o método desde 2007 nas aulas de biologia do Vestibular de A a Z e do Colégio Curso Kepler, no Rio de Janeiro. Músico amador, ele é membro de uma banda e hoje já tem 13 músicas sobre diferentes tópicos da matéria, que pretende gravar para uso dos alunos. Um dos destaques é a balada “Bactéria não tem carioteca”, uma paródia de “Como eu quero”, da banda Kid Abelha.

Segundo Bruno, a ideia surgiu de uma professora de métodos paradidáticos que ele teve na faculdade. "Minha primeira experiência com isso foi uma música que fiz para um seminário da faculdade, o ‘Funk dos rotíferos’. A professora gostou, inscrevi a música em um concurso de métodos paradidáticos. Depois de uns dois anos falei ‘acho que vou tentar aplicar isso no pré-vestibular’”, diz.

A Feira de Caruaru,
Faz gosto a gente vê.
De tudo que há no mundo,
Nela tem pra vendê,
Na feira de Caruaru.

O Átomo de Carbono,
Tem coisas para se ver
Anfótero, Tetravalente
E agora vou aprender!
Do átomo de carbono."
Letras de 'A Feira de Caruaru'
e da paródia 'O Átomo de Carbono'

No Ceará, o professor de química Idalmir Nunes, de 50 anos, é um veterano na arte de transformar aulas em shows, prática que aplica desde antes do ano 2000.

Vindo de uma família de músicos, Idalmir teve a ideia de compor uma música para ajudar os alunos a memorizar a nomenclatura dos ácidos depois de ouvir uma canção feita por outro professor.

“Fim uma parceria com um amigo, a música era dele e a letra era minha. Os alunos gostaram, mas não conheciam a música, então sugeriram usar uma música conhecida”, explicou o professor cearense, que decidiu então introduzir canções de Luiz Gonzaga como paródia. Surgiu assim "O Átomo de Carbono", um forró baseado na famosa "A Feira de Caruaru".

Assim como os outros professores, a iniciativa foi bem aceita por Idalmir e ele chegou a gravar um CD com mais de dez canções em um estúdio. Ele vendeu as 200 cópias feitas e hoje reproduzir o CD gratuitamente.

Cereja do bolo
Todos os professores são unânimes em afirmar que a música não deve ser usada como método único, mas como complemento da aula. “No meu caso, a música sempre esteve integrada a um método de aula. É a cereja do bolo de todo o trabalho envolvido na gramática”, contou Maurício, do Henfil.

Idalmir explica que “a aula com música é um recurso pra ajudar, mas não dá para simplesmente estudar pela música”. Segundo ele, a música não substitui o professor na sala de aula com a dinâmica que ele tem com os alunos.

Mesmo sem estatísticas, o resultado eles comprovam na reação dos alunos. Todos afirmam que ouviram comentários dos alunos sobre como uma música os ajudou a acertar uma questão em prova ou não cometer erros gramaticais em uma redação.

“Já vi parte de trás de prova minha onde o aluno copiou a letra da música. Acontece, mas não é o objetivo, eu faço para poder dar uma quebrada nas aulas”, conta Bruno. Segundo ele, o impacto real é “puxar o aluno para dentro, chamar atenção dele em relação ao tópico, é muito mais eficiente que método decoreba”.

Memória
Ocimar Munhoz Alavarse, professor de avaliação e política educacional Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), afirma que a decoreba não é algo ruim, o importante é decidir o que é preciso memorizar. “Quem não decorou o alfabeto não vai aprender a ler. A decoreba virou uma expressão pejorativa, que remete às pessoas que decoram reza e não sabem o que essas coisas significam”, explica.

Para ele, algumas provas já fazem isso e, por exemplo, incluem a fórmula do cálculo no enunciado da questão. “A fórmula você não precisa saber, tem que saber usar a fórmula, esse é um aprendizado que você precisa ter decorado.”

Ocimar alerta, porém, que muitos objetos de conhecimento são apreendidos na memória de curto prazo, em especial os assuntos que estudantes precisam aprender para o vestibular, e depois são descartados. “Há um ditado alemão que diz: ‘a nossa formação é tudo aquilo que fica depois que esquecemos tudo o que podia ser esquecido’”, afirma o professor.

Os próprios alunos também tomam iniciativas e criam suas próprias paródias e, assim como muitos professores, acabam ganhando fama na internet. Um exemplo é o de um grupo de estudantes do terceiro ano do ensino médio de uma escola do interior da Bahia.

Em agosto, ao buscar uma solução criativa para decorar fórmulas de geometria e calcular a área de um cone, eles pegaram o trabalho de escola proposto pelo professor de matemática e criaram um clipe paródia de “Telephone”, de Lady Gaga e Beyoncé.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Tecnologia - Cientistas mostram 'capa da invisibilidade' com nanotecnologia



Cientistas mostram 'capa da invisibilidade' com nanotecnologia
Modelo utiliza o mesmo princípio responsável pelas miragens.
Folha de nanotubos de carbono foi utilizada pela Universidade de Dallas.
Do G1, em São Paulo 

Cientistas da Universidade de Dallas, nos Estados Unidos, demonstraram um modelo funcional de uma "capa da invisibilidade", criada a partir de folhas de nanotubos de carbono. O modelo utiliza o mesmo fenômeno responsável pelas miragens do deserto para esconder objetos.

Os pesquisadores, que apresentaram os resultados do estudo na revista científica Nanotechnology de outubro de 2011, fizeram um vídeo demonstrando a capacidade dos nanotubos de carbono de "esconder" objetos.

O modelo utiliza tubos microscópicos (ou nanotubos) envoltos em folhas com espessura de uma molécula de carbono. O material tem propriedades únicas: apesar de ter a mesma densidade do ar, ele é rígido como o aço. Com ampla capacidade de conduzir e transferir calor para o ar ao seu redor, os nanotubos de carbono são capazes de provocar o tal "efeito miragem".

As miragens, geralmente observadas em desertos ou mesmo em superfícies de asfalto ou concreto, são um provocadas por um fenômeno da ótica no qual os raios de luz são curvados e produzem uma imagem de um objeto distante ou do céu.

O exemplo mais comum é quando um observador pensa estar vendo uma superfície coberta por água, como uma lagoa, no chão. Isso ocorre porque o ar perto do chão é mais quente que o ar acima, fazendo com que os raios de luz se curvem em direção ao olho do observador, em vez de simplesmente refletirem no chão. O resultado é que a pessoa enxerga parte do céu no lugar do chão, e, com a ajuda do cérebro, chega a acreditar que trata-se de um lago.

Por meio de estimulação elétrica, a folha transparente de nanotubos de carbono pode atingir altas temperaturas. Ao transferirem o calor para o ambiente ao seu redor, ela provoca o efeito miragem, fazendo com que os objetos colocados atrás da folha fiquem invisíveis. Com o fim do estímulo elétrico, a folha perde imediatamente seus "poderes".

"A pesquisa nos mostra ainda que podemos otimizar as folhas de nanotubos de carbono para aplicações como projetores termoacústicos em auto-falantes e sonares, com o som sendo produzido por meio de calor modulado por uma corrente elétrica alternada", afirma o autor da pesquisa, Ali Aliev.

Um porta-voz do Instituto de Física (IOP), órgão responsável pela publicação da pesquisa, classificou os resultados do estudo como "notáveis".

sábado, 15 de outubro de 2011

Educação - Greve não afeta distribuição de provas e cartões do Enem, diz Correios



Greve não afeta distribuição de provas e cartões do Enem, diz Correios
Empresa fez esquema especial para o exame do ensino médio.
Cartões para os inscritos já estão sendo entregues, segundo empresa.

Os Correios divulgaram nesta quarta-feira (5) uma nota de esclarecimento para garantir que não haverá problemas na distribuição dos cartões de confirmação dos mais de 5,3 milhões de estudantes inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem 2011).

Segundo a empresa, a greve dos funcionários dos Correios, iniciada no dia 14 de setembro, não prejudicará a entrega dos cartões porque foi desenvolvida uma operação especial para o Enem.

De qualquer forma, os estudantes podem imprimir o cartão de confirmação e ver o local de prova no site do Enem.

As provas marcadas para os dias 22 e 23 deste mês também serão distribuídas normalmente, segundo os Correios, responsável por esta distribuição.

Veja a íntegra da nota:
Os Correios fazem uma operação especial dedicada ao ENEM. Em função disso, não haverá problemas na distribuição dos cartões de confirmação (que começaram a ser entregues na semana passada no interior dos estados e nesta semana nas capitais), nem tampouco das provas (que são distribuídas no dia da aplicação do exame).

A ECT realiza a distribuição de cartões e provas do ENEM desde 2009, com absoluto sucesso. A excelente qualidade da operação levou os Correios a serem indicados como finalistas do World Mail Awards 2010 — o “Oscar” do serviço postal mundial.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Política - Acordo para votar MPs e desobstruir pauta está praticamente fechado, diz Sarney

 

 Acordo para votar MPs e desobstruir pauta está praticamente fechado, diz Sarney

Marcos Chagas
Da Agência Brasil
Em Brasília

Está praticamente acertada entre as lideranças partidárias no Senado a votação das três medidas provisórias (MPs) que obstruem a pauta da Casa. Com isso, já estará em análise o projeto de lei que trata da redistribuição dos royalties de petróleo, que tramita em regime de urgência. A informação foi passada pelo presidente José Sarney (PMDB-AP) em reunião com o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), que acompanhou o presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, Adão Villaverde, na audiência.

Sarney disse que, ao mesmo tempo, há o compromisso de Marco Maia de não enviar qualquer medida provisória à apreciação dos senadores para que a pauta não seja novamente obstruída. O presidente do Senado defendeu, na ocasião, que com o subsolo, “sendo da União”, todos os estados têm o direito de partilhar dos recursos dos royalties.

Na reunião, o peemedebista disse ainda que não havia como deixar de adiar a votação do veto do ex-presidente Luiz Inácio da Silva à chamada Emenda Ibsen Pinheiro – que determina a distribuição igualitária dos royalties entre estados produtores e não produtores – uma vez que a presidenta Dilma Rousseff está no exterior. José Sarney reconheceu que o projeto “alternativo” do senador Wellington Dias (PT-PI) balizará as negociações em andamento.
Sarney reconheceu que “nunca haverá 100%” de acordo sobre a matéria. Mesmo assim, disse que colocará a matéria em votação, pois, até o momento, só dois estados são contrários ao projeto: Rio de Janeiro e Espírito Santo. Caso não se chegue a um consenso até o dia 26 de outubro, o presidente do Senado voltou a dizer que convocará a sessão do Congresso Nacional para analisar o veto.

O líder do PSDB, Álvaro Dias (PR), disse que o partido já liberou os senadores Cyro Miranda (GO) e Lúcia Vânia (GO) para que apresentem ainda hoje os pareceres de duas medidas provisórias de são relatores para viabilizar a votação das medidas provisórias. Ele acrescentou que recebeu, pela manhã, telefonema do líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), que lhe perguntou se haveria algum problema de colocar ainda hoje as três MPs em votação.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/politica/2011/10/05/acordo-para-votar-mps-e-desobstruir-pauta-esta-praticamente-fechado-diz-sarney.jhtm

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Economia - Superávit da balança sobe 81% até setembro, para US$ 23 bilhões


 Superávit da balança sobe 81% até setembro, para US$ 23 bilhões
Exportações atingem a marca dos US$ 190 bilhões no acumulado do ano.
Somente em setembro, saldo comercial cresce 185%, para US$ 3 bilhões.
Alexandro MartelloDo G1, em Brasília

As exportações brasileiras ultrapassaram as importações em US$ 23,03 bilhões de janeiro a setembro deste ano, informou nesta segunda-feira (3) o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Com isso, o superávit da balança comercial avançou 81,4% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando estava em US$ 12,69 bilhões.

O aumento do saldo comercial neste ano está relacionado, principalmente, com a elevação dos preços das chamadas "commodities" (produtos básicos com cotação internacional, como alimentos, petróleo e minério de ferro, entre outros) no mercado externo. Com o preço em alta, as vendas externas se tornam mais rentáveis - o que aumenta o valor das exportações.

As exportações brasileiras, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, somaram US$ 190 bilhões no acumulado deste ano, com crescimento de 30,4% sobre o igual período de 2010. Ao mesmo tempo, as importações totalizaram US$ 166,96 bilhões na parcial de 2011, com elevação de 25,6% sobre o mesmo período do ano passado.

Mês de setembro
Somente em setembro, ainda segundo o governo, o superávit da balança comercial somou US$ 3,07 bilhões, com crescimento de 185% frente ao mesmo mês do ano passado, quando o saldo positivo totalizou US$ 1,07 bilhão. O superávit comercial do mês passado representa o maior valor, para meses de setembro, desde 2007 (+US$ 3,47 bilhões).

No último mês, as exportações somaram US$ 23,28 bilhões, com média diária de US$ 1,1 bilhão e crescimento de 23,6% frente a igual período de 2010, informou o governo. Ao mesmo tempo, as compras do exterior totalizaram US$ 20,21 bilhões em setembro, o equivalente a US$ 962 milhões de média diária. Frente a setembro do ano passado, o crescimento das importações foi de 13,8%.

Na comparação com agosto deste ano, porém, tanto as exportações quanto as importações recuaram. No mês retrasado, as vendas externas e as compras do exterior bateram recorde histórico, segundo números do governo federal.

Ano de 2010 e previsões
Em 2010, com o forte crescimento das importações, fruto do elevado ritmo de crescimento da economia brasileira (7,5%) e do dólar baixo - fator que encarece as vendas externas e tornam as compras do exterior mais baratas - o saldo comercial ficou positivo em US$ 20,27 bilhões,
 o valor mais baixo em oito anos.

O desempenho da balança comercial em 2011 tem surpreendido os analistas, visto que, no início deste ano, o mercado financeiro acreditava que o superávit ficaria abaixo de US$ 9 bilhões. Com os bons números dos últimos meses, este dado tem sido constantemente revisado para cima.

Os economistas de instituições financeiras acreditam atualmente que, mesmo com um crescimento menor da economia (cerca de 3,5%) e com um dólar baixo registrado em boa parte deste ano, a balança comercial brasileira, principalmente por conta da alta dos preços das "commodities", deve registrar um saldo positivo de US$ 25 bilhões neste ano.

Para o Ministério do Desenvolvimento, o superávit deverá totalizar US$ 27 bilhões - com exportações em US$ 257 bilhões.